Calma
galera, eu não estou grávida, mas durante toda a semana, fui em
busca de meninas para entrevistar sobre o tema “Gravidez antes dos
18, os dois lados da moeda”, que serviria como postagem de estreia
no Blog. Pensei em chamar duas garotas com histórias diferentes e
que tivessem tido rumos diferentes depois da gravidez. De cara, já
tinha uma amiga que poderia me conceder a tal entrevista, a mesma
engravidou aos 17, teve um filho lindo, um marido maravilhoso, uma
casa, um trabalho, uma faculdade, uma vida e, enquanto isso, eu
buscava pela história oposta.
Corri
durante dias, não era possível que ninguém tivesse a história que
eu queria para contar porque eu sabia que ela existia, mas ninguém
se pronunciou até que, de repente, eu achei a garota certa. Dois
filhos antes dos 18, um trabalho com a mãe, uma dificuldade para
terminar os estudos, uma adolescência perdida e um silêncio, ela
não quis se pronunciar. De imediato pensei: “Que besteira, quem
não quer ter sua história contada e mostrar que, mesmo com as
dificuldades têm crianças felizes e saudáveis?”, eu não a
entendia.
Então,
continuei a procurar, postei em vários lugares, perguntei a amigas,
e nada. Que espécie de “pseudo futura jornalista” eu era? Até
que, finalmente, parei de procurar e comecei a pensar e pesquisar:
“Todos
os dias 20 mil adolescentes com menos de 18 anos dão à luz em
países em desenvolvimento. Isso representa 7,3 milhões de novas
mães por ano nesses países. O número é mais do que dez vezes a
quantidade de partos de adolescentes nos países desenvolvidos, 680
mil.”
“Número
de adolescentes grávidas chega a 7,3 milhões, aponta ONU
Dois
milhões de grávidas têm menos de 15 anos.
Esse número pode
saltar para três milhões em 2030.”
Esses
números te assustam? Imagine que 2 milhões de meninas largam suas
bonecas e seus sonhos antes dos 15 para se tornarem mães e que até
2030 esse número subir pra 3 milhões e a sociedade, ao invés de
procurar o ponto principal do problema e tentar mudá-lo, julga e
culpa apenas essas meninas. Se ela aborta para tentar reconstruir sua
vida, é assassina e puta, mas se ela resolve ter a criança, é puta
e irresponsável. Agora eu entendo aquela menina que se recusou a
falar, a sociedade faz com que todas elas sintam vergonha,
independente do seu ato a respeito da gravidez.
Vivemos
em um Mundo globalizado e cheio de informação, então porque esse
problema social ainda existe em grande escala? O que vocês acham que
deveria ser feito para se reduzir esse número alarmante de meninas
mães antes da maioridade e, a respeito das que já são mães, o que
poderia ser feito para que as mesmas não tivessem que parar de
estudar?
Quero
saber de vocês, leitores. Vamos tentar entender esse assunto tão
delicado um pouco melhor?